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Na madrugada de domingo, dia 03 de junho de 2018 no programa da Globo: Altas Horas, o cantor relembrando de episódio de uma apresentação da dupla em uma penitenciária. Contou o sertanejo que os presos insistiam para que a dupla cantasse sambas em seu repertório, o que eles da dupla acham até que de provocação por parte das pessoas que quando pedem um ritimo sabendo que eles não tocariam, daí então o músico disseram que não canta aquele ritimo e pra completar o seu parceiro teria dito, “E tem mais, na minha opinião samba é coisa de bandido”.
Manifesto dos Sambistas contra o Preconceito promovido pelo Programa Altas Horas através do cantor sertanejo
As conquistas democráticas no Brasil desde o fim da ditadura militar vêm sendo ameaçadas. O ressurgimento de práticas racistas e preconceituosas, que alicerçaram o fortalecimento da segregação social, cultural e territorial desde o império até a nova república, vem causando danos irreparáveis para o pleno gozo do estado de direito.
A cultura é uma das expressões mais importantes para a identidade de um povo. É ela que define quem somos, nossos hábitos, nossos costumes, nossa visão de mundo e sobretudo a nossa autonomia enquanto nação! A diversidade musical existente no nosso país, nos torna uma das principais potências no cenário internacional e o “carro chefe” dessa identidade musical, sem sombras de dúvidas é o nosso glorioso Patrimônio o SAMBA!
No último sábado, dia 02 de Junho, no Programa ALTAS HORAS da Rede Globo, o cantor sertanejo César Menotti, fala em rede nacional, em tom extremamente ofensivo e de deboche, que "O Samba é Música de bandido”, relembrando um episódio por ele vivido em sua trajetória musical.
O Samba é o gênero que representa a alegria e a indignação do povo brasileiro. De Paulo da Portela a Martinho da Vila, de Zé Kéti a Noca da Portela, foram muitos os baluartes que fizeram história posicionando-se politicamente, enfrentando uma luta contra preconceitos étnicos/ raciais e sociais, em defesa da cultura popular.
O Samba é música do trabalhador e do desempregado, da família, de todas as gerações, de todas as classes sociais é patrimônio do povo brasileiro, independente de sua condição sócio, cultural, política, independente de gênero, identidade ou orientação sexual é de todos e todas nós.
O Samba representa assim com outras, a manifestação da alma do povo e o que temos de melhor. A nós, não é possível que Paulinho da Viola, Clementina de Jesus, Geraldo Filme, Madrinha Eunice, Nelson Cavaquinho, Jovelina Pérola Negra, Adoniran Barbosa, Velha Guarda da Camisa Verde e Branco, Velha Guarda da Portela, Cartola, Noel Rosa, Leci Brandão e tantos homens e mulheres que construíram essa história extraordinária, sejam insultados , com a afirmação preconceituosa e infundada de BANDIDOS, como foi dito publicamente pelo Cantor Cezar Menotti!
O Samba sempre soube respeitar os demais gêneros musicais, harmonizar em fortes parcerias e por muitas vezes doou suas células rítmicas, para enobrecer outros estilos musicais. Um comentário, com posicionamento preconceituoso e racista em um Programa de cadeia nacional, viola todos os princípios da ética e do respeito pela diversidade cultural, a qual a nossa sociedade está estruturada.
Repudiamos veementemente o ato preconceituoso proferido pelo cantor sertanejo César Menotti, exigimos imediata retratação pública, na mesma proporção a qual o processo foi proferido, ou seja, em Rede Nacional!
Exigimos direito de resposta por parte dos sambistas, na mesma emissora e programa, para que possamos pronunciar-mos à nação brasileira, desconstruindo a mensagem negativa do ocorrido.
Exigimos também que a justiça aplique medidas sócio educativas como forma de retratação aos profissionais, militantes e simpatizantes do samba como:
1- Retratar-se a população principalmente as Escolas de Samba do RJ, SP, ES RGS.
2- Abrir seus shows com Samba Enredo de Vila Isabel Kizomna festa da Raça, no Intervalo convidar um sambista de renome pra cantar e no final cantar o samba da Tuiuti com a comissão de frente completa.
3- O pagamento dos músicos que forem acompanhar os sambistas convidados será pago com a parte do cachê dele.
4- Arcar com o custo desta atividade bem como apresentar um balanço da mesma.
5- Participar de uma aula/palestra sobre a história do samba com base na lei 10.639/03, que prevê a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira"
6- Uma vez por mês visitar um comunidade e terreiro de Samba em São Paulo e no Rio de janeiro.
7- Esta medida terá validade de um ano!
Não ficaremos calados e caladas diante à esse desrespeito com o nosso bem mais valioso, sobretudo com a falta de discernimento em colocar os nossos baluartes e a juventude do samba no mesmo nicho de bandidos que, por sinal, não é exatamente no samba que estão localizados…
RESPEITE QUEM PÔDE CHEGAR ONDE A GENTE CHEGOU!
Veja o episódio.
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